O mundo ao redor pareceu desaparecer, em meio a beijos que roubavam o fôlego, línguas entrelaçadas em uma dança faminta, sussurros roucos e conjurados ao pé dos ouvidos. Em algum momento, eles estavam ali, deitados na areia fria da praia, mas seus corpos pegavam fogo. A brisa da noite, antes gelada, agora parecia um alívio para a chama que os consumia.
Alexandra, com uma ousadia que surpreendia a si mesma, inverteu as posições, subindo sobre ele, sentindo o peso de seu corpo forte contra o seu. A praia deserta sob a luz da lua, o som das ondas como uma trilha sonora para aquele encontro de lábios que se aprofundava em mordidas suaves e famintas. Não havia apenas o beijo; havia a necessidade de devorar, de sentir cada parte, de possuir e ser possuída naquele instante.
Sean aproveitava cada segundo, as mãos dele percorrendo o corpo dela, da curva das costas até as coxas, apertando sua cintura. Seus dedos se entrelaçavam nos cabelos ruivos de Alexandra, enquanto ele a puxava para um beijo ainda mais profundo. O desejo entre eles era palpável, uma eletricidade que fazia a pele arrepiar e os corpos clamarem por mais. Alexandra sentia o calor corpo dele contra o dela, a promessa de um encaixe perfeito, a urgência de uma entrega sem limites. Ela se sentia selvagem, livre, e ao mesmo tempo completamente rendida ao desejo dele.
O beijo durou um tempo que pareceu uma eternidade, carregado de emoção, de desejo avassalador e de uma química inegável. Eles se moviam em sincronia, buscando o ápice do deleite que se instalava em cada célula.
Quando finalmente se separaram, ambos estavam sem fôlego, os rostos próximos, os olhos ainda conectados por fios invisíveis de desejo. Havia uma confusão suave no olhar de Alexandra, uma mistura de prazer intenso e uma incerteza que começava a se infiltrar. O beijo havia sido tão intenso, tão inesperado, tão avassalador, que ela se perguntava se não havia sido apenas um sonho, uma ilusão criada pela atmosfera da noite e pelos drinks, ou mais um jogo daquele homem.
Sean sorriu levemente, olhando para ela de baixo para cima, um sorriso satisfeito e misterioso. Ele levou a mão de Alexandra novamente à sua, entrelaçando seus dedos, o calor da pele dela ainda queimando a sua.
Sean: Eu te disse que havia uma conexão.
Alexandra não respondeu imediatamente. Seus pensamentos ainda estavam confusos, seu corpo vibrando com a memória do toque e da intensidade. O beijo havia despertado algo dentro dela, algo novo, íntimo e perigosamente tentador, sentimentos que ela tentava ignorar e que agora se recusavam a ficar em silêncio. Mas a dúvida persistia, uma voz racional que se misturava ao eco do desejo: seria isso real? Ou seria apenas mais uma das conquistas passageiras de Sean Black? Ela não era ingênua de acreditar que ele era o próprio Romeu do século XXI, o último romântico das baladas; na verdade, ela o via mais como um "conquistador que sabe fazer o que tem que ser feito muito bem", e isso a assustava.
O silêncio após o beijo era carregado de uma tensão palpável, agora misturada com o suor dos corpos. Alexandra sentia o olhar intenso de Sean sobre ela, e a intensidade do beijo ainda ecoava em seus lábios, uma promessa e um perigo. Uma onda de pânico gélido a invadiu, cortando o calor do desejo. Por um momento, ela havia se deixado levar completamente, permitindo que a paixão a cegasse. Mas a realidade fria de quem Sean era (o CEO com a reputação de conquistador) e de seus próprios objetivos de carreira e proteção a atingiu com força brutal. Ela precisava se afastar, precisava de espaço, precisava fugir daquela intensidade avassaladora para processar o que havia acabado de acontecer antes que perdesse o controle por completo.
Alexandra (se levantando bruscamente, a voz um sussurro urgente): Eu... acho que preciso ir. Está ficando tarde. – Ela estava fugindo mais de si mesma do que dele, da intensidade que a arrebatava.
A rapidez de seu movimento a pegou de surpresa. Ao se levantar de cima dele, sentiu algo escorregar de seu pulso. Uma pulseira delicada de prata, um presente de sua avó, se soltou e caiu na areia sem que ela percebesse na escuridão, um símbolo sutil da sua perda repentina de controle e da sua fuga.
Sean a observou se levantar, uma expressão confusa e talvez um pouco magoada em seu rosto, a surpresa de ser deixado para trás tão abruptamente.
Sean: Tudo bem? Aconteceu alguma coisa?
Alexandra (evitando o contato visual enquanto ajeitava o vestido, tentando desesperadamente retomar o controle): Não... só estou cansada. Foi uma noite longa.
Ela se apressou em direção à orla, deixando Sean sozinho na areia sob a luz da lua, ainda com o sabor do beijo dela em seus lábios e uma crescente sensação de confusão e frustração. Ele sentia a queimação do desejo em seu corpo, a energia não canalizada.
Sean olha para a areia e vê algo brilhar, é a delicada pulseira de Alexandra que saiu de seu braço, ele a pega e diz para si mesmo: "Ela vai ser minha. Tenho certeza disso, só preciso ser paciente e a terei completamente." Em sua mente, a fuga dela não era uma rejeição, mas uma confirmação de que ela sentia o mesmo, apenas estava jogando. Ele caminhava pela orla com seus pensamentos obsessivos, lembrando cada detalhe de Alex, seu perfume, seus lábios, cada breve toque e recriando cenários em sua mente. E finalmente chega em seu carro e segue em rumo ao seu apartamento, a satisfação mesclada com a promessa de uma caçada futura.