Parte 37... AuroraDia seguinte...Foi ótimo caminhar pela cidade. Deu para ter uma ideia do que posso fazer. Tem algumas lojinhas bem legais de arte e artesanato, mas não vi nada no estilo que eu quero montar pra mim. Isso me deixou animada, porque ser uma novidade em um local como esse pode ajudar muito.Deixei de lado o pensamento de preocupação e saí andando pelos lugares, observando e conversando com os locais, pra entender mais como funciona por aqui. Eu caminhava distraída quando virei uma esquina e então, lá estava ele. Do outro lado da rua, encostado em um poste, como se fosse parte do cenário. Camisa escura, barba feita, olhar atento demais para ser casual. Arturo.Realmente eu só podia estar certa. Ele tinha vindo até aqui para me ver. Respirei fundo e atravessei a rua. Ele me viu me aproximando, mas não se moveu.— Me diz a verdade. - disparei, quando parei em frente a ele. — Foi o meu pai quem te mandou aqui, não foi? Você não é só um turista.Um sorriso lento se formou
Parte 38... Aurora— Não sei... Ela me pareceu muito abalada com a sua partida, Aurora.— Mas ela te disse algo? Ficou com raiva de mim? - senti um aperto no coração. — Eu segurei tempo demais, Gisele. você sabe disso.— Eu sei, não fique pensando isso. Sua mãe nunca teria raiva de você.— É, você está certa, Gisele - disse desanimada — Meu pai é o único que me detesta.— Eu quero muito saber sobre você, mas acha que já devemos usar o telefone?— Sinceramente, agora acho que já não importa. O meu quase marido está aqui.— O quê? Quem? Domenico?— Quem me dera que fosse ele. É o filho do amigo de meu pai. Arturo.— Meu Deus! Ele achou você? E aí? como ele é?— Hum... Interessante, bonito, mas não confio nele. É mafioso e tem muito a perder se eu não cumprir o acordo que nossos pais fizeram.— Mas ele ameaçou você?— Ao contrário, foi muito educado comigo e até me disse que também não quer se casar comigo porque ele ama outra.— Será que é verdade?— Não sei, mas não vou mais me preocu
Parte 39...AuroraEu avisei a Samuel sobre ter mais atenção com a casa porque fiquei pensando sobre Arturo. Sei lá, fiquei com a pulga atrás da orelha depois que falei com ele mais cedo.Dei uma geral pela casa, fechando tudo. A casa é muito aberta. As janelas antigas são altas e largas. Qualquer um pode entrar por elas, não tem grades. Coisa que eu deveria providenciar.— Aurora, está tudo bem? Precisa de algo? - Alma entrou na sala.— Está sim, Alma. Eu só estou com uma sensação esquisita.— Por causa do rapaz?— Ele mesmo - franzi o nariz — Achei que ele estava calmo demais pra quem veio atrás de mim para cumprir o acordo.— Talvez ele tenha entendido você. Dei um pequeno sorriso.— Ele até pode ter me entendido, mas aceitado... Aí já é outra coisa.Ela bateu de leve em minha perna.— Talvez fosse melhor você ligar para seu pai e falar com ele sobre isso. Se você já não está mais em casa, ele tem que desfazer o acordo.— Se fosse assim fácil - balancei a cabeça — O velho Teodoro
Parte 40...AuroraNem acreditei quando passei em frente de uma galeria e vi o cartaz preso na vitrine. Um espaço para alugar e bem em frente da praça. Entrei rápido e uma mulher me atendeu com educação e não sei o que houve, mas acho que ela foi com a minha cara e acreditou em mim.Expliquei que tinha me mudado há poucos dias para a casa que era de minha avó e quando disse o nome dela, pra minha sorte, os pais dela conheciam minha avó e isso facilitou que ela me desse o aluguel, mesmo sem estar com os documentos da casa em mãos.Eu tinha saído para ver se havia algo, mas não esperei encontrar tão rápido. Ainda estava com a ideia no encontro com Arturo. Isso me deixou bem empolgada.— Nossa, muito obrigada pela confiança. Volto à tarde com os documentos da casa, mas ainda estão em nome dela.— Não tem problema, pode ser assim mesmo, mas aconselho você a fazer a troca logo, já que pretende morar aqui.— Sim, com certeza vou fazer isso. É que ainda estou na fase de finalizar a reforma.
Parte 41...AuroraEu nem sei o que sentir sobre isso. Que confusão. Apertei a lateral da cabeça, sentindo latejar e meus dedos ficaram sujos de sangue.— Deixe eu te ajudar com isso.— Não! - estiquei a mão — Pode parar por aí. Você mentiu pra mim.— Eu não menti.— Ah, não? E aquele papo de amar outra pessoa e não querer se casar comigo?— Não era mentira, mas eu mudei de ideia.— Pelo amor de Deus! - olhei para Alma segurando Samuel — Se quer ajudar, então comece por eles, que foram as vítimas de verdade. - saí para a cozinha pegar gelo.— Aurora, deixe eu te ajudar - ele veio atrás de mim — Escute o que tenho a dizer.— Para quê? - passei para a parte de trás, na lavanderia e enfiei a cabeça embaixo da torneira, fazendo careta de dor — Eu quase achei que você poderia ter decência, mas estava enganada, só queria me enrolar.— Não foi assim... Eu realmente tinha sete dias para convencer você a voltar comigo e se casar, mas fui honesto quando contei que eu amo outra pessoa.Eu olhei
Parte 42...Aurora— E se eu te der um beijo? - repetiu quando eu não disse nada.Arturo estava perto. Cínico, confiante. Como se a ideia de selar um acordo com um toque na minha boca fosse lógica de máfia. É, talvez fosse. A lógica dos mafiosos não é lá muito adequada. Vai mais de interesses e conveniência.— Tenta - retruquei, seca. — Só tenta pra você ver o que pode acontecer.Ele abriu um meio sorriso. Inclinou o corpo em minha direção. Estava prestes a dizer alguma outra idiotice quando a porta os passos vieram firmes e olhei na direção da porta que escancarou com violência.— Mas que porra tá acontecendo aqui?Domenico. Suado, tenso, olhos faiscando. Ele olhou pra mim, depois pra Arturo, e o sorriso que veio não tinha nenhum humor.— Claro. Devia ter imaginado. Você já correu para outro - apertou os olhos me encarando.— Domenico, não é o que você pensa... Meu coração estava batendo forte. Ele apareceu muito antes do que pensei quando li sua mensagem.— Não me faz de otário, Au
Parte 43...DomenicoEu não acredito que depois de viajar tantas horas, ela tenha me feito uma sacanagem dessa. Como assim o bostinha do Arturo já estava com ela aqui? E todo o papo de que não ficava com outro além de mim?Passei a mão pelo cabelo com irritação, mas acho que bem mais decepção. Achei que tinha agido errado com ela, mas pelo visto não fui tão errado assim. Aurora já estava planejando outras coisas com outro.E isso me doeu muito. Mais do que imaginei. E o pior é que eu acreditei nela, no que me disse sobre ter mais coisas que eu não sabia. Achei que ela estava sendo pressionada pelo pai.— Inferno!Parei o carro no estacionamento do hotel. Não posso voltar para casa agora. Não tenho disposição de fazer o caminho de volta e agora nem vou encontrar horário da balsa.Fiz meu formulário de entrada. Não coloquei quanto tempo vou ficar aqui. Sei lá. De repente, depois que eu dormir, possa voltar lá para falar com ela e entender melhor que porra ela quer de verdade.Fiquei ess
Parte 44...AuroraEu me segurei no lugar. Me recuso a fugir de novo. Não aqui. Dessa vez eu vou revidar.— Ah... Mas você vai aprender a ter de novo. Não se preocupe - enrolou o cinto na mão e veio em minha direção, muito perto — Você agora vai fazer o que eu quero. Vai voltar comigo e vai se casar como foi feito o acordo. — Não vou! - estremeci.— Vai. Você vai, nem que seja morta, mas eu vou fazer você me pagar todos esses anos de raiva e frustração.— Por que simplesmente não me deixa em paz? - abri os braços — Se sempre quis que eu saísse de casa, aí está sua chance.— Agora não. Agora você vai fazer o que eu mando - avançou para mim.Eu entendi que dessa vez ele estava mais possesso do que das outras vezes e isso representava perigo pra mim.Recuei depressa, saindo de sua frente e tentei correr para trás do sofá, mas ele me puxou pelo cabelo com força e senti logo a dor do machucado anterior. Fechei os olhos e mordi o lábio para não gritar.— Eu deveria ter te matado antes, sua