Ele respirou fundo, fitando-a com uma seriedade que atravessava o ar como uma lâmina fria.

— E até onde eu me lembro, o pivô desse escândalo foi a sua filha.

Ofélia piscou, surpresa, como se tivesse levado um tapa invisível. O rosto empalideceu sob a maquiagem impecável, e a voz, antes altiva, saiu trêmula:

— Está, querendo dizer que a culpa é da minha filha Luna? — gaguejou, tentando recompor a postura com a elegância ensaiada de quem nunca admite derrota.

— Não estou querendo dizer, estou afirmando— retrucou ele, firme, a voz grave ressoando na sala como o toque de um martelo em tribunal. — Quem estava no banheiro com o meu genro não era a minha filha, Gemima. Era a sua filha Luna, quem destruiu a confiança de duas famílias, expondo todos nós ao ridículo, foi ela. Então, se alguém aqui deve carregar o peso maior desse vexame, é a sua filha, não a minha.

O silêncio que se seguiu foi denso, quase palpável. Ofélia engoliu em seco, apertando os lá