Emma narrando.
Giro a maçaneta que mais parecia uma joia esculpida — translúcida como um diamante bruto — e uma porta até então quase invisível se abre com um estalo discreto, revelando uma escadaria estreita, mergulhada na penumbra. Lá de baixo, a batida abafada de uma música eletrônica escapa em ondas e parece puxar a gente para dentro do desconhecido.
Lanço um olhar para Victorio e Giulia, que me encaram visivelmente surpresos. Sorrio com a malícia de quem guarda segredos preciosos.
— Vocês não veem? — pergunto, já descendo o primeiro degrau. Eles hesitam por meio segundo antes de me seguir escada abaixo.
A porta atrás de nós se fecha com um baque surdo, como se nos trancasse ali, em outra realidade. Antes que eu siga, Giulia me chama, admirada:
— Garota… que lugar é esse?
— Vivi minha vida inteira em Londres e nunca nem ouvi falar disso — completa Victorio, olhando ao redor do topo da escada como se tentasse memorizar cada detalhe.
— Bem-vindos ao submundo — murmuro com um