Emma narrando
Viro-me na cama pela centésima vez, o lençol fresco agora se emaranhando nas minhas pernas. Solto um suspiro pesado, cansada de tentar dormir, cansada de tentar não pensar. Mas é inútil. A escuridão ao meu redor não silencia a tempestade dentro da minha cabeça.
Fico de barriga para cima e encaro o teto escuro acima de mim como se ele fosse me oferecer alguma resposta. Mas tudo que recebo de volta é o silêncio abafado do apartamento e o som distante da cidade que nunca dorme.
As horas se arrastam, lentas e insuportáveis. O ponteiro do relógio avança como se tivesse pena de mim, me forçando a sentir cada segundo da minha insônia.
Minha mente não para. É como um turbilhão desordenado de pensamentos, ideias, decisões — todos os verbos que indicam ação, mas que me encontram completamente paralisada.
O que fazer? Como fazer? Quando? Sozinha?
Tenho repassado a mesma lista mental vezes demais para contar. Como se, de tanto ensaiar, o amanhã fosse doer menos. Como se planeja