Olhei o relógio, duas da manhã, esse filho da puta está atrasado. Vi
Hunter pela primeira vez há quase quinze anos, no meu aniversário de 29
quando resolvi aliviar o estresse no clube da Luta.
— Hoje eu quero lutar até cansar! — gritou o alemão com uma
camisa azul com estampa de motoqueiros por debaixo da jaqueta de
couro vermelho e óculos da mesma cor. — Quero o melhor daqui!
Seria interessante arrebentar a cara desse folgado, se ele queria o
melhor, então era contra mim que teria que lutar. Desabotoei meu terno e
tirei a camisa branca.
— Ô, garoto! Já tem idade para entrar aqui!? — provoquei enquanto
atirava as roupas em um canto qualquer.
— Dezoito hoje. Aguenta meu pique, vovô — ele retrucou dando
pulos de um lado para o outro enquanto se aquecia, dando alguns socos
no ar.
— É melhor tirar isso que está vestindo, seria uma pena estragar um
modelo tão... peculiar.
Algumas risadinhas na roda que se formara ao nosso redor foram
ouvidas. O alemão deu uma gargalhada al