Contratos
“Eu sei que algum dia você terá uma linda vida
Eu sei que você será uma estrela
No céu de um outro alguém
Mas por quê? Por quê?
Por que não pode ser, por que não pode ser no meu?”
Já passava das onze quando cheguei, Laura estava dormindo
sentada no sofá, enquanto um livro de Quântica pendia sobre o seu colo.
Fechei a porta sem fazer barulho, segurando a caixa com a mão
esquerda. Empurrei os edredons para o lado e sentei na cama. Puxei a
fita vermelha da misteriosa caixa, desmanchando o laço e removi a tampa.
— Que fofo!
Deixei a caixa ao lado da cama e deitei ali admirando aqueles olhos
azuis que adormeceram após alguns minutos de cafuné.
Isso só pode ser coisa dele. Ponto para ti Robert, tenho uma queda
por gatos.
— Hum... acho que vou chamá-la de Pipi, seus olhos azuis me
lembram Pipermen.
A catedral estava iluminada, no altar o padre carregava um cálice, o
coral entoava um cântico em uníssono. Eu parei diante da coluna, onde
havia uma pequena tigela dour