Os dois estavam muito próximos, podiam sentir a respiração um do outro.
O hálito quente exalado por Ângelo tinha um forte cheiro de álcool.
Seus olhos estavam turvos e ele levantou de leve o queixo delicado de Íris com seus dedos longos, perguntando:
- O que aconteceu naquela noite?
Íris franziu a testa com suspeita.
- Você realmente não se lembra de nada, ou está apenas evitando a responsabilidade?
- Por que você não me conta? – Disse Ângelo, com uma voz profunda, meio sério, meio brincalhão. – Só quando você falar, eu saberei o que lembrei e o que esqueci.
- Naquela noite...
Íris estava prestes a falar, mas acabou optando pelo silêncio.
Ela raramente ficava bêbada, e mesmo quando estava, geralmente lembrava do que tinha dito e feito na noite anterior. Ela não acreditava que Ângelo realmente tivesse esquecido tudo.
A menos que... Ele estivesse escolhendo esquecer de propósito!
Se ele estivesse intencionalmente esquecendo, relembrar o passado só tornaria a situação mais embaraçosa pa