KESIA MUNIZ
  Estava tonta, como uma bêbada, ou uma barata.
  A cama em baixo de mim era macia e me pareceu enorme. O lugar era meio escuro... onde eu estou?
  Sentei rápido quando um lampejo de memória me veio a mente, estava na porta do banheiro esperando meu filho sair e...
  Olhei para tudo ao meu redor, e nada era familiar. Quer dizer, uma coisa era, Fellipo estava sentado em uma poltrona vermelha perto da cama me olhando.
  Engoli em seco.
  — Fellipo?
  — Olá. — Respondeu sério.
  Pulei da cama e passei a mão no cabelo como uma forma de organizar meus pensamentos.
  — Tenho umas coisas para lhe perguntar. — Começou quebrando o silêncio. — E acredito que também tenha perguntas para mim.
  Fiquei calada, não sabia o que dizer. Claro que tinha milhares de perguntas, porém nenhuma delas deixaram meus lábios.
  Ele suspirou e colocou os cotovelos sob os joelhos.
  — Você quer que eu comece?
  — Onde está meu filho? — foi a primeira frase que consegui formular.
  — Seguro e bem.
  —