A chuva fina continuava a cair sobre Nova York como um lamento. William dirigia em silêncio, as mãos tensas no volante, os olhos fixos na estrada à frente. O carro percorria as ruas arborizadas do Upper East Side, onde o tempo parecia desacelerar, mas dentro dele, tudo acelerava.
Emma estava ao lado, encolhida no banco do passageiro. O casaco claro estava manchado nas mangas, o batom havia desaparecido dos lábios, e os olhos, tão parecidos com os de Evan, permaneciam perdidos, vidrados no vidro da janela.
Ela não falava. Não desde o estacionamento.
William a observava com o canto dos olhos, mas não dizia nada. O orgulho sempre fora sua armadura. Mas o que viu naquele dia, o que ouviu da boca do próprio filho… aquilo havia transpassado até sua couraça mais rígida.
Quando estacionou diante da casa de Brianna, sua mãe respirou fundo antes de desligar o carro.
Emma não se mexeu.
Apenas encarou as gotas que escorriam pelo vidro como se ali estivesse toda a explicação que o mundo lhe devia.