Edward Brown
Já se passaram dois meses desde que me mudei para a nova casa da minha filha, Nicole. A decisão dela de viver com Pablo, um homem que, confesso, inicialmente me inspirou desconfiança por ser diferente do que eu imaginava para a minha menina, foi recebida por mim com um misto de preocupação e curiosidade. No entanto, quando ele me olhou nos olhos, com aquela firmeza sincera, e disse que eu fazia parte da família dele, algo dentro de mim quebrou. Senti uma emoção tão forte que chorei sem vergonha alguma, abraçando os dois.
Não é fácil para um pai aceitar que outro homem se torna o porto seguro da sua filha, aquele que ela escolhe amar e construir uma vida. Mas Pablo me ganhou, e não foi com palavras, e sim com gestos. Ele tem aquele tipo de respeito que não se exige, mas se conquista. Um homem alto, algo em torno de um metro e oitenta e dois, de pele pálida e traços marcantes. Ele se veste bem, com ternos de corte perfeito, camisas impecáveis e, ainda assim, há algo de simp