A imagem congelou na tela.
Irina, ajoelhada, com os cabelos dourados caindo como véus sobre os ombros nus, o rosto levemente inclinado para baixo, como se carregasse o peso de um mundo que ninguém via. A respiração dela, mesmo através da câmera, era algo que Andrews conhecia de cor e a reconheceria mesmo no escuro, entre mil outras.
Ele ficou ali, imóvel, observando a tela como um devoto observa a imagem de um santo.
O coração dela havia acelerado quando ele falou pela primeira vez. Não porque soubesse quem ele era. Mas porque esperava que fosse outro.
Esperava que fosse Evan.
— Acha mesmo que ele vai voltar pra você, prima? — murmurou com amargura e prazer perverso misturados. — Ele teve você… e a deixou. Eu, por outro lado, estou aqui. Sempre estive. Desde o começo.
Andrews se sentou lentamente na poltrona diante do notebook, o olhar fixo no rosto de Irina congelado na imagem final da transmissão. Ela parecia quebrada. Delicada. Longe do mito que vendia como Afrodite. E era justamen