92. Revelações e Feridas Abertas
Durval
Fico paralisado diante do que vejo. Ainda não compreendo como Carmen consegue se recuperar tão rapidamente. Quando estive na clínica psiquiátrica, ela estava em um estado deplorável, agindo como se fosse insana. Agora, vê-la tão lúcida, forte e com um olhar imponente me deixa boquiaberto.
Olho para Jorge, que parece tão surpreso quanto eu. Ele a abraça, mas logo se afasta. Ao que tudo indica, o relacionamento entre eles não é tão bom quanto eu imaginava. Mas isso são apenas suspeitas — algo que só poderei confirmar mais adiante.
Fujo dos meus pensamentos e digo:
— Carmen? É você mesma? — pergunto, assustado, sem acreditar que é realmente minha irmã diante de mim.
— O que foi, Durval? Por que está me olhando como se tivesse visto um fantasma? — ela diz, sorrindo, enquanto retira os óculos escuros e os guarda na bolsa.
— Me perdoe, minha irmã, mas quando fui visitá-la na clínica, você estava tão mal... Nem me deixaram falar com você. E agora, vê-la assim, tão bem, é surreal — dig