Criatura no vilarejo

O vilarejo vizinho parecia adormecido antes mesmo do pôr do sol. Casas rústicas com luzes tênues e janelas semicerradas indicavam uma população desconfiada.

Darian amarrou seu cavalo num pequeno estábulo aos fundos de uma pensão de aparência humilde, mas limpa. Uma placa balançava com o vento: “Descanso da Roda”.

Ele entrou, carregando apenas sua bolsa discreta de viagem. A atendente, uma senhora idosa de olhos atentos e voz rouca, o observou com cuidado antes de entregar-lhe uma chave enferrujada.

— Segundo andar, última porta. Tem água quente se quiser se lavar... e pão de cevada ainda fresco — disse, sem sorrir.

Darian assentiu com um aceno sutil. Subiu as escadas de madeira, tirou o sobretudo e lavou o rosto em silêncio. Estava exausto. O peso de carregar segredos e ameaças nos ombros parecia dobrar quando a noite chegava.

Antes de dormir, retirou da bolsa o cartão com o endereço de Lúcio e a moeda que havia guardado para investigar. Observou-a sob a luz da lamparina.

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