SEIS MESES DEPOIS.
Peguei as chaves do carro enquanto falava ao telefone, preso entre o ombro e a orelha:
— Diga ao piloto para desacelerar, ainda estou em casa.
Grace riu.
— Por que eu não passo o telefone para o piloto e você fala com ele, sua boba?
Soltei uma gargalhada, quase deixando o celular escorregar do meu ombro.
— Sua pestinha! Espero que não seja só a sua língua que tenha ficado mais afiada durante essa viagem.
— Venha me buscar e você descobrirá. — Ela fez uma pausa do outro lado da linha.
Mas eu conseguia ouvir vozes abafadas de pessoas ao fundo e uma voz um pouco mais clara dando instruções com suavidade. Devia ser a comissária de bordo.
— Por favor, desliguem seus celulares e guardem seus pertences, pois pousaremos em alguns minutos.
— Ok, tenho que desligar. — Disse Grace finalmente. — Estamos prestes a pousar. — Então, com uma voz grave e forçada, ela rosnou:
— Não me faça esperar, Sydney!
— Sim, senhora. — Respondi, mesmo sabendo que a linha já tinha sido cortada.
Gu