-POV: Artemísia-
As visões cessam e minha visão retoma aos poucos.
O toque de Freya ainda ardia suavemente em minha testa. O mundo ao redor parecia suspenso, como se a própria realidade estivesse prendendo o fôlego.
Ela me observava com aquela calma que só os eternos possuem. Mas havia algo mais em seu olhar agora. Algo que pesava.
— Por que eu? — perguntei, com a voz quase engolida pelo silêncio do plano onde estávamos.
Freya caminhou lentamente ao meu redor, como se desenhasse círculos invisíveis com os pés.
— Porque eu sou a deusa do amor, da fertilidade, da beleza… — disse, com um tom quase poético. — Mas o que muitos esquecem é que… também sou a deusa da guerra.
Franzi o cenho.
— E o que isso tem a ver comigo?
Ela parou diante de mim, os olhos como luas em chamas.
— Você trava uma guerra contra o destino desde que nasceu. Sua personalidade forte, sua determinação, sua recusa em se curvar… Você é perfeita para impedir o caos. Para impedir o renascimento de Fenrir.
Meu coração acel