— Não posso dizer o mesmo para você, criança. — Ela devia ter apenas uns dez anos a mais que eu, mas falava como uma sábia centenária. — O que aconteceu?

— De que adianta eu explicar, se no fim vou apodrecer aqui de todo jeito? — respondo, com desdém.

— Desembucha logo, garota. Se você morrer, pelo menos alguém saberá contar sua história. — ela tenta descontrair.

Eu conto tudo. Desde o encontro noturno com o Lobo Branco Gigante, a perseguição e até os amassos na residência Alfa. Esse último sem muitos detalhes, apesar de Nymerra parecer bastante interessada.

— E para variar, ainda ganhei mais essa cicatriz no rosto, da noite em que ele me deu uma patada. — aponto para a minha bochecha, onde a marca das garras do Lobo Branco deixaram sua presença.

— Nossa, você chegou aqui ontem e viveu mais do que qualquer Ômega do centro. — ela diz, dando uma risada. — Devo reconhecer, você tem garra. E sorte. O último que enfrentou o Alfa Líder não recebeu o direito de sequer fugir. Essa marquinha