Camila permaneceu no corredor mesmo após Adrian se afastar. O silêncio que ficou depois dele parecia maior que o corredor inteiro. Cada parte do corpo dela vibrava com o toque que ainda parecia presente em sua pele. A mão que segurava a chave estava quente, pulsando como se carregasse um segredo vivo — mas humano, real, doloroso.
Ela respirou fundo, tentando recuperar o controle, mas não conseguiu.
Adrian tinha quebrado algo.
Ou talvez ela tivesse.
Ou talvez fosse inevitável desde o momento em que cruzaram olhares pela primeira vez.
—
Ao entrar no quarto de hóspedes, Camila precisou apoiar-se na porta. Encostou a cabeça na madeira e fechou os olhos, sentindo o próprio corpo lutar contra ela mesma.
Como podia sentir tanto por alguém que mal conhecia?
E ao mesmo tempo… como podia sentir que conhecia Adrian profundamente, mesmo que ele nunca dissesse nada?
Ela abriu a mão. A chave repousava ali, fria agora, como se estivesse esperando uma decisão.
E Camila sabia:
a porta da ala leste não