O corredor parecia pequeno demais para o que estava acontecendo ali.
Camila não desviou o olhar de Adrian. O ar entre eles estava quente, espesso, como se qualquer movimento pudesse romper algo que ainda lutava para se manter inteiro.
Adrian passou a mão pelos cabelos, um gesto que ela já reconhecia: ele fazia aquilo quando estava sendo honesto demais, quando algo escapava do controle.
— Não é justo com você — continuou ele, a voz baixa, como se o peso das palavras fosse grande demais. — Eu… não sou o homem certo pra isso.
Camila deu um passo. Não um avanço, apenas… presença.
— Então por que você me olha daquele jeito? — sussurrou ela.
Ele fechou os olhos por um instante, como se a pergunta fosse um impacto físico.
Quando abriu, havia ali uma vulnerabilidade que ele raramente mostrava.
— Porque eu não consigo evitar — disse ele, finalmente. — E esse é o problema, Camila.
Ela sentiu algo quente subir pelo peito — indignação, desejo, medo e coragem tudo misturado.
— Você fala como se eu