A chave parecia mais pesada naquela noite.
Camila a segurava com tanto cuidado que seus dedos chegavam a doer, como se temesse que o objeto pudesse desaparecer caso ela piscasse. O corredor estava mergulhado em meia-luz, silencioso, mas não vazio. Havia algo ali — uma expectativa, quase um chamado — que fazia o ar vibrar.
Lucas dormia tranquilamente no quarto ao lado. Ela conferiu duas vezes antes de fechar a porta com o maior cuidado possível. O coração batia tão forte que era difícil respirar.
A ala leste.
Aquela porta proibida que ocupava seus pensamentos desde o primeiro dia. E agora, com a chave na mão, não era apenas curiosidade. Era necessidade. Uma força que vinha do mesmo lugar onde crescia o desejo por Adrian — uma mistura perigosa de emoção, intuição e risco.
Ela deu o primeiro passo.
E então, antes mesmo que pudesse chegar ao fim do corredor, sentiu a presença dele.
A respiração congelou.
Adrian estava parado no escuro, encostado na parede como se fizesse parte das sombras