O sol da manhã atravessava as enormes janelas da cobertura, enchendo o ambiente com uma luz dourada que, em qualquer outro dia, teria sido reconfortante. Mas, naquela manhã, havia algo diferente no ar. Algo incômodo. Um silêncio carregado, pesado, que nenhuma luz do mundo conseguiria dissipar.
Leslie ajeitava Noah no colo enquanto o alimentava na cozinha. Seus olhos, normalmente alegres e cheios de vida, estavam baixos, perdidos na tarefa à sua frente. A mamadeira subia e descia ritmada, e seu pensamento, inevitavelmente, voltava para a noite anterior.
O toque dele.
O olhar dele.
O desejo que ainda queimava sob sua pele.
Ela mordeu o lábio inferior, sacudindo a cabeça discretamente como se pudesse expulsar a lembrança dali.
“Você está aqui pelo Noah. Só pelo Noah,” repetia mentalmente, como um mantra salvador.
Foi quando ouviu passos e, em seguida, a voz rouca e arrastada de Dominic ecoou pela cozinha:
— Bom dia.
Ela lev