O relógio marcava 9h45 da manhã quando Dários estacionou o carro em frente à clínica. A garoa fina que escorria pelos vidros acompanhava o ritmo silencioso dos pensamentos pesados que pairavam dentro do veículo. No banco de trás, Noah observava o mundo pela janela, a chupeta firme entre os lábios e os olhos grandes absorvendo cada detalhe com a curiosidade típica de seus sete meses. Leslie ajeitava a alça da bolsa no ombro, tentando disfarçar a ansiedade que lhe corroía o estômago.
Dários desligou o motor, e Dominic não se mexeu. Suas mãos estavam tensas na porta do carro, como se abrir fosse permitir que a avalanche de sentimentos o esmagasse ali mesmo. Inspirou fundo, sem olhar para ela.
— Podemos entrar — disse por fim, a voz grave e contida.
A clínica era discreta, luxuosa e silenciosa, o tipo de lugar escolhido a dedo para alguém com o sobrenome De Santis. As paredes em tons neutros, os móveis de design minimalista, tudo ali exalava exclusividade e