Na sala de Margaret exalava o perfume forte de jasmim misturado ao cheiro doce do conhaque caro que repousava sobre o aparador.
As cortinas pesadas estavam entreabertas, deixando entrar um feixe de luz pálida que iluminava o rosto da mulher, imóvel diante da janela.
Os olhos dela, de um verde acinzentado, refletiam a inquietação de quem nunca se dá por satisfeita.
Havia dias em que ela não dormia; o rosto pálido e os lábios secos eram a prova de que a obsessão já a consumia.
O luto que dizia sentir era apenas fachada — um disfarce elegante para a fúria que alimentava seu coração.
A cada vez que pronunciava o nome Rachel, um ódio antigo parecia reacender dentro dela.
A campainha soou, cortando o silêncio. Margaret não se moveu de imediato. Esperou, como se cada segundo fosse parte de um ritual. Só depois de um tempo, virou-se, oferecendo um meio sorriso que não alcançava os olhos.
— Entre.
A porta abriu-se com cuidado. Uma mulher