O fim da tarde chegava manso, silencioso como um sussurro, com tons dourados filtrando pelas cortinas do quarto de Roxy, oferecendo um vislumbre de um mundo que parecia distante e seguro. Rachel embalava a bebê nos braços, sussurrando uma canção antiga que aprendera no orfanato, uma melodia doce, quase uma oração repleta de esperança e amor. O pequeno corpo da menina, com suas feições delicadas e tranquilas, se aquietava lentamente, o respirar leve misturando-se ao som distante do vento que dançava lá fora, como se se despedisse do dia. O ambiente, banhado em uma luz suave, promovia uma sensação de paz que Rachel desejava preservar. Mas, naquela fração de segundos de serenidade, o telefone vibrou, quebrando abruptamente a calma. O número não identificado pulsava ominosamente na tela, e Rachel hesitou por um segundo, permitindo que um calafrio percorresse sua espinha antes de atender.

— Alô? — disse, a voz baixa e delicada, tentando desesperadamente garantir que não aco