Capítulo Cinco

A celebração prosseguiu. Os mesmos feirantes realizavam seus rodízios; os jovens dançavam, agindo como se nada tivesse acontecido.

Eu havia perdido Lena de vista. Mergulhei no tumulto e abri caminho. Gritei seu nome e consegui encontrá-la cerca de cinco minutos depois, perto da urna de madeira.

— Eu disse para não se distanciar!

Ela tinha um semblante culpado.

— Desculpe, a multidão me arrastou.

Lancei à garota um olhar complacente. Era mesmo muito fácil se perder naquela selva de pessoas.

Retornamos a um ponto menos movimentado, e eu já me preparava para comprar algo para comermos quando Lena puxou meu braço com força.

— O papai está aqui!

Olhei na direção em que ela apontava e pude ver o homem de jaqueta vermelha chamativa, enroscado como uma serpente numa negra alta. Semicerrei os olhos, imaginando que a

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