O silêncio entre nós após aquele momento era quase palpável. Maya estava ainda deitada no sofá, seu corpo ainda desacelerando após tudo o que havíamos compartilhado.
Eu a observava com atenção, percebendo o brilho satisfeito em seus olhos, mas também a hesitação sutil que tentava esconder. Algo a incomodava. Algo que não era cansaço ou mesmo preocupação pela confusão em que nossas vidas haviam se tornado. E eu deduzia o que poderia ser.
Durante o ápice do nosso momento íntimo, ela havia sussurrado algo. Três palavras carregadas de emoção e verdade. Palavras que ela talvez não tivesse planejado dizer, mas que haviam escapado em meio à intensidade do que ela estava sentindo.
Eu ouvi. Cada sílaba. Cada batida acelerada do coração dela que as acompanhou. Aquilo foi tão inesperado para mim que eu fiquei chocado no momento e não disse nada.
Ela se moveu ao meu lado, começando a se vestir em silêncio, seus gestos levemente apressados. Havia um receio ali, algo que eu não estava gostando de v