MATHIAS
Eu observava do interior do meu veículo, os dedos tamborilando impacientemente no volante enquanto mantinha os olhos fixos na saída do hospital. O plantão de Maya estava prestes a terminar, e eu esperava, como de costume, para vê-la deixar o trabalho.
Não tinha intenção de me aproximar, muito menos de interagir. Somente queria observá-la, como fazia há alguns dias, desde o incidente com seu veículo, em silêncio, à distância, protegendo-a das sombras sem que ela soubesse.
Porém, naquele dia, algo diferente aconteceu. Meu sangue ferveu ao ver um homem se aproximando de Maya. Meu corpo ficou tenso ao reconhecer aquele rosto que eu tanto desprezava… o ex-noivo dela.
O maldito que, tempos atrás, teve a audácia de machucá-la. Me arrependi de não o ter caçado naquela época, de não ter lhe mostrado o preço por encostar suas mãos sujas nela. Agora, ali estava ele novamente, invadindo o espaço de Maya como se tivesse esse direito.
Não precisava ouvir a conversa para perceber que algo es