— Quando a peguei no colo, sem tempo para esperar o resgaste, os momentos em que esteve no meu carro, desacordada e sangrando foram os piores da minha vida, juro que pensei ser a armadilha mais cruel do destino, eu ali, com você e toda a tragédia. — Ele jogou os braços sobre a cabeça. — Sabe, Aurora, nunca fui um cara religioso, mas naquele instante eu clamei tanto pela sua vida, pela vida do seu bebê, mas infelizmente só consegui uma benção, eu lamento tanto…
Meus lábios ficaram bobos e lágrimas começaram a se formar.
— Eu acredito em você.
— Jura? — Completou dois passos que nos aproximou. — Como se sente?
— Não me recuperei de nada ainda. Talvez nunca me recupere totalmente.
— As malditas cicatrizes?
— Sim, as malditas cicatrizes.
Respiramos juntos e perdemos o contato por alguns