— Théo, eu tô aqui, querido. — Seguro sua mão e ele a desliza livre pelo meu braço. — Estamos juntos…
— Que isso? — Seus dedos acariciam o corte próximo ao pulso, seus olhos descem para a marca. — Se machucou, Raica?
— Sim. — Escondo o braço. Ele comprime os lábios, semblante preocupado. — Nada demais.
— Se cuida, Ra.
— Não se preocupe comigo, não sou eu que estou no hospital.
— Hoje eu saio dessa merda e encaro um mundo que passei a desprezar… — Um amargor nas palavras.
Não o condeno, partilharmos do mesmo revés dolorido. Não enxergo o mundo como antes, hoje os detalhes que me faziam sorrir são os que me fazem chorar. De qualquer forma, seria cruel da minha parte unir meu veneno ao do meu cunhado, ele possui feridas internas e externas muito mais profundas que as minhas, não é correto, preciso acalmá-lo para que consiga se recuperar.
— Não fale assim, por favor.
— Não quero viver nesse bolor injusto e cheio de maldade, não quero.
— Ainda não se lembra dos rostos dos assassinos? Perco