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8 - Memórias de Luan (parte 3)

Voltamos com as compras, ajudei a descarregar e levar para dentro da casa, foi a primeira vez que entrei na casa da Kathryn, a casa era realmente encantadora e muito bem decorada, a sala de estar tinha uma lareira grande com a televisão fixada nela, um sofá cinza grande, era conceito aberto, olhando de frente víamos a ilha e a cozinha, atrás da cozinha portas francesas que levavam ao quintal e a direita uma escada que levava ao segundo piso.

Guardamos as compramos nos armários e na geladeira, consegui conhecer os gostos dela enquanto comprávamos os mantimentos.

Olhei ao redor, mas a Katryn não estava em lugar nenhum, assim que acomodamos todas as compras, Lyall me chamou: “Venha conhecer o segundo andar”. Subi atrás dele e ele foi me explicando: “Aquele primeiro quarto é o meu, mas já quase não fico aqui, esse de frente as escadas são dos meus pais”, ele seguiu pelo corredor e disse “Esse é o quarto daquela coisinha chata” se referindo a Kathryn, ele abriu a porta, mas ela não estava lá.

O quarto dela era simples, mas bonito, os móveis eram todos brancos e as paredes eram revestidas de um papel de parede cinza claro com corações na cor chumbo, de frente para a porta de entrada tinha uma cama de casal e dois criados mudos iguais em de cada lado da cama, assim que passava a porta de entrada ao lado esquerdo tinha a porta do closet, olhando dentro do closet dava para ver que tinha um banheiro depois do closet. Ao lado da porta do closet e de frente para a cama tinha uma escrivaninha bem organizada e na parede acima da escrivaninha tinha um mural de fotos, tinha fotos dela com sua mãe, sua família completa, só ela e seu pai, ela e seu irmão, ela criança tocando piano, tinha fotos com o Chand e até foto com ela e minha irmã Ayla, enquanto observava o mural me senti frustrado, também queria estar no mural de fotos do quarto dela.

Não importava como, mas ia dar um jeito de tirar uma selfie com ela, revelar e pedir para ela colocar nossa foto ali. A esquerda ao lado da escrivaninha e da cama tinha portas francesas que levava a uma pequena sacada com vista para o quintal, o quintal tinha fundos com a floresta, era realmente uma vista bonita e tranquila, esse era o espaço da minha garota, eu estava explorando cada cantinho do seu espaço pessoal quando Lyall falou: “Luan vamos, ela deve estar deitada na cama dos meus pais, no lugar onde minha mãe dorme”.

Saímos do quarto dela e entramos no quarto ao lado, e foi exatamente isso, ela estava encolhida no canto da cama de seus pais.

Lyall explicou para ela que tinha comprado mantimentos e que se ela precisasse de qualquer coisa era para ela ligar, caso ele não atendesse era para ela me ligar, peguei seu celular e salvei meu contato, mas ela nunca me ligou.

Toda vez que via ela na escola, ela estava encostada em um canto, ela estava sofrendo, dava para sentir o quanto ela estava triste, o Chand se esforçava cada vez mais para fazê-la sorrir, mas os dias ficaram mais sombrios para ela.

Minha mãe preparava algumas refeições e eu ia até a casa dela entregar, ela me recebia na porta, agradecia e entrava sem nunca me convidar para entrar com ela, e eu também não conseguia perguntar se ela queria que eu ficasse um pouco em sua casa para fazer companhia.

Quando sua mãe retornou alguns meses após fazer o tratamento, já não tinha mais o que ser feito para salvar sua vida, o tratamento não teve resultados, a Kathryn entrou em desespero, ela faltou por uma semana da escola, perguntei ao Lyall porque ela não estava indo e foi quando ele me contou que sua mãe só teria no máximo mais algumas semanas de vida, nem conseguia imaginar o sofrimento que ela estava sentindo.

Perdi meu pai alguns anos atrás em uma invasão dos renegados pela fronteira da matilha, se não fosse pelo meu irmão Lucian que lutou ao lado do meu pai e seus guerreiros nem sei se ainda haveria a matilha Luz Cinérea, todos sempre comentavam da bravura e ferocidade do meu irmão durante aquela batalha, meu pai acabou falecendo devido aos ferimentos de luta na mesma noite da vitória, foi muito triste perdê-lo, porém, meu pai nunca teve uma ligação muito forte comigo, ele sempre preferiu e teve mais afinidade com o Lucian e a Ashina, mas ainda era meu pai e fiquei arrasado quando ele partiu.

Eu e a Ayla somos muito ligados a nossa mãe, ela nos compreende de uma forma inexplicável e eu não conseguiria lidar se fosse minha mãe ao invés do meu pai que tivesse morrido, por isso imaginava que a Kathryn estava em profundo desespero.

Lyall me contou no dia que fomos juntos ao mercado que Selene e Kathryn não se desgrudavam, que essa viajem para fazer o tratamento era a primeira vez que elas se separavam, ele disse que sentia um pouco de inveja da relação das duas, que elas tinham os mesmos gostos em tudo e que elas sempre estavam de segredinhos e risadas pelos cantos da casa, comentou também que ele e seu pai às vezes ficavam observando as duas e admirando o relacionamento lindo que elas tinham desenvolvido, coisas simples tipo cantar e assistir filmes, era emocionante ver o amor das duas. Conforme lembrava dessa conversa, queria desesperadamente abraçar minha garota e fazê-la sentir todo o amor que tenho guardado dentro de mim só para ela.

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