Depois de me empanturrar de duas enormes fatias de Cheesecake, mal posso levantar um dedo para poder chamar a garçonete e pedir a conta, com muito esforço e sem coragem nenhuma, chamo a garçonete e peço a conta.
Depois de pagar, me levanto preguiçosamente e, volta para a loja, onde deixei as minhas compras. Pego todas as sacolas com o atendente simpático que me ajudou a levá-las até o meu carro, depois, o agradeço com um sorriso gentil de agradecimento. Coloco todas as sacolas dentro do porta-malas e logo em seguida entro no carro. Assim que entro, encosto a minha cabeça no banco e a minha mente para por um instante, e penso em todas as coisas que vou ter que fazer quando voltar para a cabana. — Sinceramente, eu poderia ter ido para qualquer lugar do mundo, ter me hospedado em um hotel cinco estrelas de frente para o mar ou, qualquer outra vista reconfortante. Mas, naquela hora, só lembrei deste lugar. — E vamos ser sincera, estou mais perdida que uma agulha no palheiro. Falo comigo mesma. — Tem tantas coisas para fazer. Bom, tenho que fazer uma faxina primeiro, depois resolver o problema do gerador. Pelo menos comprei um fogão novo, e uma cama também, já que a que havia lá, estava cheia de poeira e mofo. — Pelo menos, vou estar ocupada o suficiente para não pensar na minha triste vida amorosa e, no fato de a minha mãe preferir que a minha irmã seja feliz e eu não. Solto um suspiro longo e pesado. Ligo o carro e pouso distraidamente a minha mão sobre o copo de café, que estava ao meu lado, no porta copo. — Ah, é o café do marido da Arabelle. Ela realmente falou diversas façanhas sobre este café. — Não pode ser tão ruim, certo? Curiosa sobre o sabor do café, abro a tampa e tomo um gole exagerado. —Ugh... Ugh... Por deus... O que diabos é isso? Falo incrédula. A água preta, que eu chamei de café mais cedo, era realmente horrível. Tinha um gosto estranho, era salgado mas também era doce e ao mesmo tempo insosso. — Que horror, isso é tudo menos café! Com um clique no botão de abrir a janela, a abro e jogo o café de uma vez pela janela, sem remorso algum. — É impossível que haja no mundo alguém que faça um café tão ruim que n... A minha frase é cortada por um grito de surpresa. — Ahhh! Mas, que merda... Santa Mãe de deus, acabei de jogar aquela água preta na cara de alguém — Ah... Meu Deus do céu... Desligo o carro e saio para fora. — Me desculpe senhor... eu juro que foi sem querer, eu não lhe vi ai... — Você está louca, jogando coisas pelas janelas, sem nem mesmo ver se havia alguém passando. Fala o homem, com uma pitada de raiva na voz. — Eu já pedi desculpa moço, eu não lhe vi passando, deixe-me ajudá-lo? Ele retira um lenço do bolso e limpa o rosto. — Não é necessário, eu posso muito bem cuidar de mim mesmo. Ele fala de forma muito grosseira. — Nossa... Que groso! você não tem modos não? Falo um pouco irritada com a maneira que ele falou comigo. — Sei que não a conheço, mas, acho que a senhorita, não é a pessoa mais adequada, para dar uma lição de moral sobre modos. — Falou o rei da grosseria! — A senhorita não me conhece, para já está tirando conclusões sobre mim. — E o senhor tão pouco me conhece, para está me tratando de forma tão rude. Ele termina de limpar o rosto e se vira para mim. — Olha, senhorita... Ele para de falar, quando pousa os olhos em mim. — O que? Fico um curto período de tempo, apreciando a beleza daquele homem. Ele é alto, bem alto na verdade, acho que deve ter aproximadamente um metro e noventa. Posso ver algumas linhas de cansaço em seu rosto, provavelmente devido ao estresse do trabalho. Mas, isso é totalmente ofuscado pelo belo par de olhos verdes claros que ele possui. Desço meu olhar de seu rosto, até seus ombros largos. Que combinam totalmente com o tamanho de seu corpo. — Gosta do que ver? Tiro meus olhos de seus ombros e volto a focar em seu rosto. — Perdão? Sinto as minhas bochechas esquentarem, por ter sido pega em um momento embaraçoso. — Perguntei se está gostando do que vê? Ele fala com um sorriso malicioso nos lábios. — Sim, este carro que está atrás do senhor, é belíssimo, sempre quis ter um. Ele levanta a sobrancelha e se vira para olhar o carro que está parado atrás dele. — De fato, o meu carro realmente é belíssimo. Merda... — É uma pena que o dono dele seja tão grosseiro, pois ele é um lindo carro. Bom, eu já vou indo, licença. Me viro e volto para o meu carro, antes que eu entre, o homem do café me chama. — Espera! Me viro para ele novamente. — Não me disse o seu nome. — Não vejo motivo algum para lhe dizer o meu nome. — Tudo bem, não precisa me dizer, mas, da próxima vez que nos encontrarmos, te chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”. — Não vamos nos encontrar novamente. — Como pode ter tanta certeza? O mundo é um lugar pequeno. — Se um dia nos encontrarmos novamente, apenas finja que não me conhece, não quero ser associada a uma pessoa rude como o senhor. Vejo ele formando um sorriso divertido no rosto. E isso realmente o deixa mais lindo. — Se um dia nos reencontrarmos, lhe chamarei de “senhorita j**a coisas pela janela”, o mais alto possível. — O senhor é um homem rude. — E a senhorita sem modos. Então pode criar um pouco de modos e me dizer seu nome? — Eu não lhe devo... Paro na metade da frase quando vejo ele levantar a sobrancelha e formar outro sorriso divertido em seu rosto. Bom, não custa nada eu falar um nome para ele, qualquer um, serve, afinal nunca mais o verei na vida. — Me chamo Aurora! Falo o primeiro nome que me vem à mente. — Muito prazer Aurora, me chamo Micael. Ele estende a mão para mim. Fico alguns segundos pensando se a pego ou não, e por fim a pego e aperto com confiança. — O prazer é seu. Ele me dá mais um daqueles sorrisos divertidos que vem dando até agora. — Nos vemos por ai Aurora. Solto a mão dele. — Peço aos céus que não. Me viro e vou embora, o deixando para trás com aquele maldito sorriso debochado dele.