— Mãe, isso é ridículo! Eu estava chateada, entediada e queria descontar em alguém. Quando percebi que estava fazendo besteira, eu parei. Além do mais, já superei meu pai — Maytê não reagiu muito bem quando contei sobre a consulta marcada para sexta-feira, no começo da tarde.
— Então você não vai ter problemas em conversar com a psicóloga. Se está tudo bem, não precisa ter medo — eu cortava cenouras para o jantar, e Maytê se debruçou sobre o balcão, revirando os olhos a cada frase.
— Não estou com medo — ela protestou, brincando com a faca que eu havia desocupado. — Alguém que nem me conhece não vai conseguir transformar minha vida com algumas horas de conversa fiada. Além do mais, qual o problema em conversar com você?
— May, ninguém vai mudar a sua vida, só te ajudar a entender algumas coisas. Você precisa conversar com um profissional. Eu sou apenas sua mãe.
— Você poderia ter sido psicóloga, mãe — Maytê era excelente em fugir de assuntos quando se sentia acuada. — Sabe, com faculd