Capítulo 2

O aparelho apitava sem parar enquanto a equipe médica trabalhava para trazer ela de volta.

— Vamos precisar usar o desfibrilador — Falou um dos médicos enquanto fazia compressões no tórax de Elsa.

Prepararam o desfibrilador para o procedimento e o usaram para enviar fortes choques de energia elétrica para o coração de Elsa, com o intuito de conseguir fazer o coração voltar a bombear sangue para o cérebro e todo o corpo. Repetiram o procedimento por quatro vezes, mas não obtiveram sucesso. Já quase sem esperança a equipe tentou mais uma vez, quando o coração recebeu o choque, o aparelho constatou um ritmo. O coração estava com um ritmo lento o que é preocupante, mas a equipe se encarregou de cuidar e fazer todos os procedimentos para o coração voltar ao ritmo normal.

Alguns minutos depois uma mulher morena, de olhos pretos, com 1,60 de altura, chegou ao hospital. Paula é a melhor amiga dela, é como uma irmã mais velha para Elsa, ela tem 32 anos de idade, tem uma energia contagiante, sempre conseguiu fazer a amiga sorrir, tornando seus dias mais felizes.

Mas agora a única coisa que Paula pensava era em sua amiga que sofreu acidente, tantos pensamentos passam em sua cabeça…

“Elsa não pode me deixar, não pode deixar a pequena Esmeralda, ela não tem esse direito.”

— Preciso saber informações da minha amiga — Falou Paula, um pouco eufórica, estava estampada a preocupação em seu rosto — Ela foi vítima de um acidente.

— Calma senhora — Falou a recepcionista.

— Calma? — Indagou — Como ficar calma com minha amiga correndo risco de vida? — perguntou — Como ficar calma quando alguém importante para você, está no pronto-socorro? — Completou já com lágrimas nos olhos.

— A senhora precisa se acalmar, eu sei que ela é importante para você — Falou a recepcionista — Os médicos estão cuidando dela, mas a senhora precisa ficar calma para poder passar a sensação de segurança para a sua amiga quando for vê-la — Explicou.

— Estou tentando — Falou, quando algumas lágrimas caíram dos seus olhos — Estou tentando me manter calma, mas isso tudo é mais forte que eu, não posso perder-lá.

A recepcionista percebeu que ela estava muito nervosa, sentiu compaixão da mulher que estava em sua frente chorando preocupada com sua amiga, que nesse exato momento, estava lutando pela vida.

— Moça, senta um pouco — Falou a recepcionista enquanto pegava um copo de água — Bebe um pouco de água.

Ela sentou na poltrona e bebeu da água que a recepcionista lhe entregou. Depois de alguns minutos, Paula já estava mais calma.

— Familiares de Elsa Angelle? — Pergunta um dos médicos da equipe que prestou socorro a Elsa.

— Aqui — Respondeu Paula.

— Me acompanhe até a minha sala, por favor — Falou o médico.

Ela o acompanhou…

— Bom, como você sabe Elsa sofreu um acidente, o estado dela é grave — Fala o médico enquanto Paula ouvia atentamente — Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas conseguimos reanimá-la.

— Doutor, mas ela vai ficar bem e sem sequelas, não é? — Perguntou.

— Infelizmente, talvez ela não resista — falou — O estado dela é delicado, mas estamos fazendo o melhor.

— Ela vai sair dessa, ela tem uma pequena para criar — falou — Doutor, posso vê-la? — perguntou. — A paciente estar na UTI — Falou — Quando o paciente estiver na UTI só é permitido visita de 05 minutos no máximo e com trajes especiais, é necessário fazer higienização para evitar infecção, etc. — Tudo bem — Respondeu. — Me acompanhe — Falou o médico

Paula o acompanhou até a UTI, fazendo a higienização antes de entrar no quarto.

— Vou deixar vocês a sós, qualquer coisa é só chamar — Falou.

O doutor levou-a até a maca que Elsa estava e saiu, Paula se aproximou da amiga e passou a mão em seus cabelos.

– Oi, amiga, que susto você me deu em menina — Fala com um sorriso no rosto, porém com expressão de preocupação — Ei Elsa, lembra que eu e a pequena Esmeralda precisamos de você.

Paula tinha certeza de que sua amiga não estava escutando-a naquele momento, mas a sensação de estar ali pertinho e poder falar com ela, era algo incrível para, a única coisa que queria era voltar para casa com sua amiga bem…

Enquanto estava ali sentada ao lado da maca, ela se pegou pensando nos bons momentos que já tiveram juntas e na emoção que foi quando elas descobriram que o bebê de Elsa era uma linda menina, nesse momento, uma lágrima escapou e ela rapidamente passou a mão para enxugá-la.

Paula estava tão perdida em seus pensamentos, que nem percebeu que Elsa acordou, somente quando olhou para o rosto da amiga, viu que seus olhos estavam abertos, no entanto, Elsa parecia estar sentindo algum incômodo, por isso, Paula achou melhor chamar um médico.

Os poucos minutos que ela tinha para vê a amiga, haviam acabado. Ela comunicou ao médico o que aconteceu, o doutor foi na sala da UTI em que a paciente estava, retirou a intubação, pois estava lhe causando um incômodo grande.

— Paula, vou te dar mais cinco minutos para vê-la, depois disso ela irá descansar — Falou o Doutor. — Certo, obrigada! — Amiga — Falou Elsa, sua voz estava um pouco baixa e fraca…

Paula olhou para ela e sorriu em resposta.

— Oi, meu bem — Falou com a voz carregada de emoção.

— Preciso falar com você — Falou.

— Tudo bem — Respondeu. Elsa simplesmente sorriu em resposta — Amiga, preciso que seja forte por mim, acredito que chegou a minha hora — Falou com lágrimas nos olhos — Promete que vai cuidar da minha pequena? Só posso confiar em você.

— Deixa de ser boba, Elsa — Respondeu — Você vai ficar bem, saudável, vai cuidar e criar a sua filha.

— Só me promete que vai cuidar dela, por favor — Falou — Eu só tenho você e só confio em você, promete criar e amar a minha filha como se fosse uma filha sua? Só não deixa ela esquecer de mim e o quanto eu a amo.

— Eu prometo, amiga — Falou — agora descansa para ficar bem, meu amor.

— Obrigada, amiga — Falou.

Paula ficou com a amiga, fazendo companhia para ela, mas logo seus cinco minutos acabaram. Então se despediu com um beijo da amiga e saiu.

Horas mais tarde ela recebeu uma ligação, era do hospital.

— Alô, falo com a senhora Paula? — Perguntou.

— Sim — Respondeu.

— Aqui é do hospital, a senhora pode vir até aqui? — Perguntou.

— Claro, estou indo agora — Respondeu.

Alguns minutos depois, Paula estava na recepção quando avistou o Doutor.

— Doutor? — Falou.

— Preciso falar com você — Respondeu — Me acompanhe até a minha sala.

— Ok — Respondeu um pouco tensa.

— Sente-se, por favor — Pediu o médico e ela o fez — Bom, Elsa teve uma parada cardíaca e tentamos reanimá-lá, mas infelizmente não resistiu e veio a óbito.

— Como? — Perguntou Paula com a voz embargada em estado de choque, nesse momento ela já havia levantado da cadeira em que estava sentada.

Continua…

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