A roda de viola ecoava alegre do outro lado do terreiro, o som das cordas se misturando às risadas. Carlos se afastou primeiro. Ninguém desconfiou. Caminhou em passos longos, o coração acelerado, a respiração curta, não pelo esforço, mas pela expectativa.
O caminho até o pergolado era iluminado apenas pelo luar. As flores de bougainville, violetas e rosadas, pendiam como véus, tocadas pela brisa morna da noite. Carlos parou sob o arco florido, passou a mão pelos cabelos e tentou disfarçar o nervosismo. As mãos suadas denunciavam o que as palavras ainda não haviam dito.
Pouco depois, Laís surgiu. A luz prateada destacava o brilho dos seus cabelos e o olhar ansioso, mas doce. Ela caminhava devagar, o vestido claro balançando com seu caminhar leve. Quando o viu, sorriu, aquele sorriso tímido que parecia nascer do coração.
Carlos não resistiu: deu dois passos à frente e a recebeu entre os braços.
— Pensei que não viesse… — murmurou, a voz rouca de emoção.
— E perder minha última noite aq