O salão principal da Fazenda Santa Maria estava iluminado por lustres de cristal que lançavam reflexos dourados sobre a mesa longa e primorosamente posta. O aroma de jasmim e das velas misturava-se ao perfume da comida recém-servida.

Natália desceu as escadas com elegância discreta, o vestido azul realçava seus olhos e o brilho contido de quem tentava parecer tranquila. Naquela noite ela usava o broche que Fernando havia lhe dado. Ao seu lado, Laís deslumbrava-se com cada detalhe da casa, assim como todos os outros familiares de Natália.

Fernando já os esperava, camisa clara dobrada no cotovelo, calça social e sorriso impecável. Parecia ter nascido para aquele papel: o anfitrião perfeito, o homem de fala serena e gestos educados. Assim que viu as damas se aproximarem, levantou-se e estendeu a mão para Natália, beijando-a levemente diante de todos.

— Está deslumbrante esta noite. — disse em tom baixo, mas audível o bastante para que todos à mesa ouvissem. — Vejo que está usando o broch