O saguão principal estava em desordem. A senhora Catarina, abatida, estava sentada em uma poltrona, as mãos trêmulas e os olhos vermelhos de tanto chorar. Duas empregadas tentavam acalmá-la, oferecendo-lhe chá e palavras de consolo que mal chegavam aos ouvidos da velha senhora.
Quando a porta se abriu e Fernando surgiu com Natália nos braços e o rosto endurecido, um silêncio pesado tomou conta da casa. As empregadas recuaram instintivamente, sem saber se ajudavam ou fugiam.
Catarina levantou-se de súbito
— Fernando! Graças a Deus você voltou! — exclamou, a voz trêmula de alívio e desespero.
Mas ele não respondeu. Seguiu firme, o olhar frio, sustentando Natália com cuidado.
Catarina, aflita, deu alguns passos na direção dele.
— Você precisa me ouvir! A Mariana… ela fugiu com aquele bandido do Jorge! Por favor, vá atrás dela, antes que caia em desgraça!
Fernando parou, lentamente virou-se e fitou a tia com um olhar que fez a velha senhora empalidecer.
A voz dele saiu grave, carregada de