Paula atravessou o jardim com um semblante sombrio, mas os lábios curvados em um leve sorriso. Encontrou a senhora Catarina no salão.
— Boa tarde, senhora Catarina. — disse com a doçura estudada de quem sabe como agradar. — Soube que a Natália gosta de ir à capela.
Catarina ergueu o olhar, surpresa.
— Ela tem ido todos os dias, não é?
— Sim… — respondeu Paula, ajeitando um dos vasos com aparente distração. — Deve estar pedindo a Deus para se adaptar a vida da fazenda. sinceramente ela não combina nem um pouco com a vida da fazenda.
Catarina suspirou, hesitante.
— Não seja tão dura, minha querida. Todos merecem uma chance.
Paula sorriu, mas o brilho nos olhos era frio.
— Ah, claro, senhora. - Fez uma pausa, antes de acrescentar, com ar inocente — Às vezes acho que ela usa a capela mais para se fazer de vítima do que por fé verdadeira.
— Por que diz isso?
— A senhora não acha estranha a forma como Fernando a trouxe para cá? Ninguém nunca ouviu falar dela e a senhora havia me dito que f