Clarice Martins

— Meu amor, nós vamos embora agora. Mas estaremos esperando para o jantar, como sempre. — Se aproximou e, se curvando, segurando Eros com cuidado, ele me deu um selinho; sequer tive tempo para reagir.

Disfarçando minha falta de movimento, ele completou suas palavras enquanto lançava um olhar vitorioso para Renkins:

— Não precisa se preocupar em jantar com um camarão grelhado, que eu sei que você odeia!

Eu ri sem intenção; Renkins entendeu na hora. Damien não se viu contente e teve que usar a ambiguidade para me deixar vermelha como um pimentão.

— Em casa, a espera a sua comida predileta. Eu faço questão de fazer daquele jeito que você gosta!

Minha mente pervertida imaginou o jeito. Eu estava quente e envergonhada e enfeitiçada.

“Meu Deus, é sério?” Seu olho esquerdo piscou para mim, confirmando.

Quando ele deu as costas eu já não tinha mais vontade de tomar café, por isso segui Ruan, deixando os dois que se mereciam para trás.

Os cochichos não foram poucos: so