Capítulo 39
Mariana Bazzi
Acordei no meio da madrugada, o quarto bem claro, a luz acesa.
Meu coração ainda batia acelerado, como se eu tivesse sonhado com algo proibido — ou como se o próprio quarto estivesse impregnado daquele calor sufocante que eu tentei ignorar antes de dormir.
Virei o rosto devagar sobre o travesseiro... e o vi.
Ezequiel estava deitado de costas, o lençol enrolado apenas na metade das pernas, deixando o resto do corpo totalmente exposto. A toalha? Tinha sumido. Meu peito apertou.
Ele dormia com uma expressão tranquila, quase inocente, o que parecia uma contradição absurda com aquele corpo esculpido que agora eu podia ver sem nenhuma barreira.
O peito subia e descia devagar, e a linha do abdômen — aquele "V" hipnótico que sumia para onde eu não devia olhar — parecia ainda mais definida sob a luz suave.
Senti meu corpo inteiro reagir. A pele formigando, o pijama leve roçando no lugar errado, despertando sensações que eu mal sabia nomear, mas