Capítulo 109
Ezequiel Costa Júnior
Nunca imaginei que veria isso. Não com ela.
Mariana estava ali, debaixo de mim, o olhar firme cravado no meu, sem desviar, sem medo — como se tivesse nascido pra me desafiar e, ao mesmo tempo, se entregar. Não vou esquecer dos seus pulsos presos entre meus dedos, o corpo completamente exposto, entregue… e ainda assim, era ela quem me dominava com aquele olhar. Aquela confiança.
Me perguntei quando foi que ela deixou de fugir? Quando foi que parou de esconder quem é? Porque agora… ela não só me deixava vê-la por inteiro. Ela me oferecia tudo, sem reservas.
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Depois, com o corpo ainda colado ao dela, senti quando sua respiração começou a desacelerar. O sono veio rápido, como se o próprio cansaço tivesse se rendido à paz de estar comigo. Me mexi devagar, tentando não acordá-la, e a cobri com o lençol.
Fiquei olhando por um instante.
Tão pequena… e ao mesmo tempo tão imensa dentro da minha vida.
Levantei, peguei o celular. Havia