Capítulo 190
Ezequiel Costa Júnior
Estava praticamente limpo. O lugar cheirava a pólvora, sangue e suor. Uma combinação que eu já conhecia bem demais. A fumaça ainda dançava no ar, e o movimento dos meus homens fazendo a varredura era constante. Nenhum japonês em pé. Nenhum risco aparente. Só os estalos do rádio, o tilintar das armas sendo recarregadas e a respiração pesada de quem sobreviveu.
Me abaixei ao lado de Mariana, ajudando a pressionar o curativo no ombro da Íris. Ela resistia à dor, firme, embora o rosto ainda demonstrasse o trauma. Mariana limpava o sangue com delicadeza, a testa suada, as mãos tremendo só de leve. O instinto protetor dela era maior que qualquer abalo emocional naquele momento. Íris segurava firme na barra da camisa da irmã, os olhos ainda alertas apesar da exaustão.
— Vai ficar tudo bem — murmurei pra Íris. — Você é forte e agora tá segura. O tiro vai cicatrizar em dias.
Ela só assentiu, com um meio sorriso de quem mal tinha forças pra contin