Capítulo 25
Mariana Bazzi
— Doutora! — chamei, abrindo a porta com força. — Acho que ele mexeu os dedos! Eu juro, doutora, ele mexeu a mão.
Samira se virou imediatamente, alarmada, e chamou os médicos. Em poucos segundos, o quarto ficou cheio de vozes técnicas e passos apressados. Me afastei para o canto, ofegante, o coração disparado com aquela fagulha de esperança.
— Ele reagiu... eu senti. Ele apertou minha mão.
O médico mais velho colocou os óculos, ajeitou o estetoscópio no pescoço e se aproximou da cama. Um segundo depois, a monitoração foi revisada, os reflexos verificados, os comandos de teste repetidos.
— Pupilas normais. Sem resposta voluntária aos estímulos — murmurou ele. Depois se virou para mim com aquele olhar calmo demais, como quem já está acostumado a matar esperanças. — Foi uma impressão. Reflexo muscular, talvez. A mente dele ainda está em repouso profundo.
— Não foi impressão — insisti, sentindo o sangue ferver. — Eu sei o que senti!
Sami