Capítulo 131
Mariana Bazzi
O céu já escurecia quando chegamos em casa.
Ezequiel desceu primeiro, levando os dois rottweilers com a calma de quem já tinha lidado com feras antes. Ele ia cuidar deles, montar um espaço seguro no terreno ao lado — já tinha dado ordens antes mesmo de sairmos do carro.
— Vou garantir que eles fiquem tranquilos — disse ele. — Precisam de tempo. Igual a gente.
Assenti em silêncio. Ele sabia o que fazer, e eu precisava de um segundo pra respirar.
Entrei em casa, atravessei o corredor longo até o quintal e vi minha mãe no jardim, mexendo nas plantas. Ela virou devagar, apoiando-se numa bengala que já nem usava direito.
— Filha... — sorriu com leveza. — Que bom que voltou.
Me aproximei, ainda com a roupa suja e a arma no coldre. Beijei sua testa e sentei ao lado dela no banco de madeira.
— Você está melhor... — comentei, observando como ela caminhava com firmeza. — Já anda sozinha.
— E vou melhorar mais. Sinto isso.
— Vai sim...
Sorri