Capítulo 32
Mariana Bazzi
Assim que Ezequiel passou pela porta com o terno alinhado e o olhar de aço, eu senti uma onda de pânico me atravessar o peito. Mas não foi ele o gatilho. Foi o outro. O homem encostado na parede, sorrindo como quem já sabia o final da história.
O Consigliere.
Yulssef.
Aquele olhar... Eu conhecia aquele olhar. Não era lealdade. Era cálculo, era traição.
Assim que a porta fechou, me virei para a doutora Samira com urgência na voz.
— Ele vai matar o Don — soltei, com as mãos trêmulas. — O Consigliere. Ele tá planejando alguma coisa. Vai matar o Ezequiel.
Samira franziu a testa, surpresa com minha afirmação.
— Mariana, calma. Você está impressionada. O Yulssef tem sido cauteloso, tem feito tudo certo. Até agora, ele não representou nenhuma ameaça.
— Não, doutora. Eu conheço esse tipo. Eu vi aquilo nos olhos dele. O mesmo brilho que vi no meu pai antes de me entregar. O mesmo silêncio antes da emboscada com os poloneses. É traição.