Karina apontava com o dedo o peito dele.
— O que você está fingindo, hein? Quem mais, além de você, conseguiria fazer a Helena chorar? Sr. Ademir, você não deve estar dizendo isso por causa de mim, né?
— Eu e a Helena não temos nada. — Antes que Karina continuasse, Ademir tapou a boca dela.
Era a primeira vez que Ademir explicava algo sobre seus relacionamentos amorosos.
— Quando eu estava com o estômago ruim, cheguei a procurar a Helena algumas vezes. Só isso, não aconteceu nada além disso.
Karina ficou em silêncio. Será?
Deixando de lado a questão sobre a veracidade, por que Ademir se daria ao trabalho de explicar isso para Karina?
Ademir não terminou a frase:
— Não foi só a Helena, ninguém mais também.
Karina ficou estupefata.
Ademir a puxou para seu abraço, seus lábios finos tocando sua orelha:
— Esses anos todos, eu estive sozinho.
Karina soltou uma risada baixa:
— Por quê? Sr. Ademir, por que se privar assim?
Karina o olhou nos olhos e, brincando, disse:
— Não diga que foi por mi