A cirurgia cerebral não era um procedimento simples, não podia ser concluída em pouco tempo.
Ademir estava preocupado com a saúde de Karina, mas sabia que ela jamais aceitaria descansar por vontade própria.
Então, teve uma ideia: providenciou um quarto no hospital, pedindo que ela se deitasse.
Por causa do bebê, Karina acabou concordando.
Contudo, assim que se deitou, fechou os olhos e se recusou a olhar para ele.
Ademir não se importou. Ficou quieto ao lado dela, velando ela em silêncio.
— Segundo irmão.
Pouco depois, Júlio entrou no quarto e murmurou algumas palavras em seu ouvido.
Ademir assentiu levemente, então segurou com delicadeza a mão de Karina e falou com ternura:
— A cirurgia ainda vai demorar um pouco para terminar. Você vai comigo até a delegacia?
Karina ficou paralisada ao ouvir aquilo, os olhos arregalados de surpresa fixos nele.
Ademir suspirou, sem emitir som:
— Já falei com o Sandro. Vamos interrogar a Vitória e podemos acompanhar tudo do lado de fora.
— É sério? — K