Ademir segurou a mão dela:
— O que aconteceu no passado, ficou no passado, e agora é o presente. Não importa como começou, mas eu não estou pronto para terminar agora, nem nunca...
— Mas eu não quero isso.
— Karina! — Era evidente que ele estava irritado, seu peito subia e descia levemente. — Você vai me abandonar por causa do meu passado, é justo?
Com um aperto firme, Ademir a puxou para seus braços:
— Eu não concordo!
— Você está dizendo que ambos temos um passado e que eu não deveria me importar com isso, certo? — Karina se deixou ser abraçada, sem lutar. — Faz sentido. Mas eu ainda não aceito...
— Karina...
— Eu não aceito. — Ela pressionou o peito dele, começando a afastá-lo. — É justamente porque a criança morreu que você nunca vai esquecer ela. Você pode me chamar de irracional ou egoísta. Eu simplesmente não consigo aceitar que há essa presença no seu coração, que sempre que dormir, até mesmo nos próximos anos, você vai se lembrar dela, do seu filho que morreu!
Karina empurrou