O exame de Catarino hoje não foi muito extenso; parte foi realizada no quarto, e dois procedimentos que exigiam equipamentos específicos precisaram ser feitos no Edifício de Tecnologia Médica. Após concluir, Catarino foi levado de volta ao quarto. Karina recebeu uma ligação de Patrícia.— Patrícia, onde você está? — Ainda estou na delegacia. — Você passou a noite inteira na delegacia? — Sim. Karina não sabia o que fazer; essa situação era algo que ela também não poderia ajudar. — Você não dormiu a noite toda, isso não é bom, seu corpo vai ficar mal. Vai lá descansar um pouco, tudo bem? — Eu não consigo dormir. — Disse Patrícia, com a voz chorosa. — Eu estava pensando em passar no hospital. Karina, ao ouvir isso, imediatamente entendeu. — Vai ver a pessoa que seu irmão machucou? — Sim. — Patrícia respondeu, a voz carregada de emoção. — Papai e mamãe disseram que eles não querem aceitar o acordo, mas eu preciso tentar, de qualquer jeito. Karina entendia bem o que ela
Quando a outra pessoa ouviu isso, ficou ainda mais irritada. De repente, se sentou e levantou o braço em direção a Patrícia.— Por que está chorando? Você arruinou meu humor com essas lágrimas!Ele estava querendo bater nela? Embora estivesse machucado, a outra pessoa era um homem! — Pare! Karina entrou rapidamente, segurou Patrícia e a puxou para longe dela. Olhou com raiva para o homem.— Como você se atreve a bater em alguém?— Mais uma? — O homem zombou. — E daí se eu bater em alguém? O Sr. Paulo pode me bater, mas eu não posso bater na irmã dele? Eu não só vou bater nela, como vou bater em você também!E, dizendo isso, levantou a mão.— Vamos ver se você tem coragem de bater! De repente, uma sombra correu até a beira da cama, agarrando o ombro do homem com rapidez.Ele gritou de dor:— Ai!Karina piscou, surpresa:— Bruno?— Karina. — Bruno sorriu e acenou com a cabeça para ela. — Não se preocupe, o seu segundo irmão me pediu para te proteger!Bruno fez um movimento firme e, s
Quando Karina abriu a porta e viu Ademir, ficou paralisada por um momento.Era ele.Que coincidência, ele veio por conta própria hoje.— Karina.Ademir não se apressou em entregar a marmita, e com os olhos profundos, olhou para ela com seriedade.Era como se um gato tivesse avistado um peixe...— A neve está muito forte hoje.— Sim. — Karina respondeu um pouco devagar, assentindo. — Daqui a pouco, quando sair, dirija com cuidado...— Tá bom.Ademir ainda não havia entregado a ela a marmita, mas deu a volta nela, caminhando diretamente para dentro.Parou diante do armário de sapatos, ficou ali por um segundo.Então, perguntou:— Meus chinelos ainda estão aqui?Karina não sabia como responder, na verdade, os chinelos dele já não estavam mais ali.— Entendi. — Ademir deu um sorriso de canto e, tirando os sapatos, foi caminhando com as meias para dentro. — Estão pesados, vou colocar tudo no lugar e já vou embora.— Ah, obrigada.Karina o seguiu para dentro, observando ele tirar todos os pr
Dizendo isso, ela já havia pegado um pedaço de carne, pronta para colocá-lo em seu prato. Mas, para sua surpresa, Ademir abriu a boca para ela. O significado era claro: ele queria que Karina o alimentasse diretamente. Karina hesitou. Ela tinha algo a pedir a ele e queria agradá-lo. Mas alimentá-lo assim era um pouco... — Vamos, logo. — Ademir apressou ela, sem perceber o desconforto da mulher. — Minha boca já está cansada. Você realmente quer que eu coma ou não?Karina então colocou a carne em sua boca. Ademir fechou os olhos em satisfação, com os cantos dos olhos e as sobrancelhas sorrindo. — Está delicioso.Karina sorriu sem entusiasmo, querendo falar sobre Paulo, mas não conseguia encontrar as palavras.Logo, a refeição estava quase no fim. Ademir largou o prato e disse:— Estou cheio...Ele ia embora? Mas ela ainda não tinha falado nada.— Beba uma tigela de sopa. — Karina pegou seu prato e serviu-lhe uma sopa. — A sopa que Wanessa fez é deliciosa.— Sim. — Ademir sorriu. — W
Ao ver Karina tão chateada, Ademir suspirou profundamente. Ele não havia feito nada, mas parecia que tinha acabado de prejudicá-la.— Você já entendeu, não é? — Ademir suspirou novamente, claramente frustrado. — Você, Karina, ainda não entendeu nada.Karina de repente ergueu a cabeça, confusa. O que isso significava?— Karina, eu vou ajudar. — Ademir, sem paciência, interrompeu seus pensamentos. Seu tom era de uma rendição resignada. — Eu só preciso que você entenda uma coisa: embora pareça que para mim seja fácil, na verdade, a energia que foi necessária para fazer isso não foi nada pouca. Eu não estou fazendo isso por ele, Karina. Se não fosse por você, eu não teria nem me envolvido. Entendeu?Ele disse tudo de maneira tão direta que, se ela ainda não entendesse, seria tolice.Karina concordou com a cabeça, agradecida.— Eu sei, me desculpe por te dar tanto trabalho, mas eu...Ela não podia simplesmente ignorar a situação.Se Paulo fosse preso por causa disso, como Patrícia ficaria?
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu