Ademir segurou o pulso do Sr. Levi com força e, entredentes, disse:— Solta!Ademir estava visivelmente irritado, enquanto o Sr. Levi não parecia nada confortável com a situação envolvendo Karina. Não soltou o pulso de imediato, demonstrando claramente que queria protegê-la.Com um português imperfeito, disse:— Quem é você? Não machuque ela.Infelizmente, Ademir não entendeu nada do que foi dito! Mas esse homem não estava disposto a soltar, ele já havia percebido tudo.— Não vai soltar, é? — Ademir sorriu friamente. — Então não me culpe por ser indelicado!Dizendo isso, levantou o punho direito, pronto para agredir.— Ademir! — Karina se assustou e, desesperada, puxou ele. — O que você está fazendo?O rosto de Ademir estava tomado de raiva.— Quem é ele? Por que veio te buscar?Ademir sabia muito bem que aquele dia era o dia do encontro de ex-colegas de Karina. Embora ela não tivesse contado nada a ele, Ademir compreendia que, dada a situação, Karina certamente não iria lhe contar. Ai
Ademir imediatamente percebeu que talvez tivesse se enganado novamente.Lançou um olhar para o Sr. Levi, que lhe sorriu educadamente e acenou com a cabeça.Ademir começou a observar o Sr. Levi com mais atenção.Quem era esse homem, afinal?Karina não parecia estar rodeada de pessoas assim... De onde ele teria surgido?A porta da sala de maré se abriu por dentro, e Karina saiu acompanhada de um colega.— Sr. Levi.O Sr. Levi se aproximou rapidamente.— Este é o Sr. Levi...— Olá.Eles estavam conversando em francês, e como Ademir não falava a língua, ele só conseguia entender algumas palavras.Conversaram por um tempo, e logo o Sr. Levi entrou na sala VIP com o colega, enquanto Karina não o acompanhou.Ademir entendeu o suficiente para perceber que Karina parecia ser uma espécie de assistente.Depois de concluir sua tarefa, ela se preparava para seguir para o pavilhão de concha.Ademir sabia que havia cometido um erro, então seguiu Karina em silêncio, esperando uma chance para se descul
Será? Karina levantou os olhos e finalmente olhou para ele. Viu o homem cercado por um grupo de pessoas, cada uma segurando um copo de vinho. Ademir, ela não sabia o por quê, não recusava. Quem queria beber com ele, ele bebia. Helena olhou para Karina: — O Sr. Ademir é muito bom contigo, hein. Karina ficou surpresa e perguntou: — Como você percebeu isso? — Óbvio, né. — Helena disse com um toque de inveja. — Ele é o dono do Grupo Barbosa. Diante de uma turma de recém-formados, por que ele faria isso? Não é tudo por causa de você? Parecia que tinha alguma lógica. Karina franziu a testa. Mas ela não precisava disso, na verdade, até achava chato. — Se sente um pouco, vou trazer algo para você comer. — Helena disse. — Eu vou sozinha. — Não, melhor não, cuide da sua barriga. — Helena já estava se levantando, então Karina não insistiu. A festa ainda estava animada, com bebida e jogos. Logo, Helena voltou com dois pratos. — Obrigada. — Karina olhou para o prato
Karina imediatamente ficou vermelha.Ela não era do tipo que ficava facilmente corada, mas o problema era que estavam todos os seus colegas por perto!— Ademir! Você enlouqueceu? — Exclamou Karina.— Karina. — Respondeu ele, talvez por efeito do álcool ou, quem sabe, por um momento de sinceridade.Ademir segurou a mão dela com firmeza, sem soltá-la, e o hálito de álcool se espalhou pelo rosto dela:— Não me ignore, não me rejeite, por favor?— Ele então puxou a mão de Karina e a colocou contra seu peito. — Sente só, meu coração está partido de dor.Esse homem estava fazendo um escândalo por causa da bebida!Era simplesmente aterrorizante!— Solta minha mão! — Karina sentia o rosto queimando, já notando os olhares curiosos dos colegas ao redor.Mas o homem ainda estava na mesma posição, dizendo a mesma coisa:— Karina, presta atenção em mim, olhe para mim...Helena, que estava voltando com água, não sabia o que fazer. Ela estava claramente constrangida, e ao mesmo tempo, havia algo de le
O que isso significava, Ademir iria beijar Helena através do saco plástico? Mas Karina estava ali... Helena mordeu o lábio inferior, querendo recusar, mas ao mesmo tempo não conseguia resistir. Ela estava muito dividida, mas, ao mesmo tempo, não podia deixar de esperar por isso... — Ademir... — Karina. — Helena mal havia falado quando viu Ademir segurando a mão de Karina. Ele a instou. — Nós dois somos o número 6. Karina arregalou os olhos. — Eu não sou o número 6. — Karina mostrou o cartão para ele, com seriedade. — Sou o número 9. — Besteira. — Ademir deu uma olhada rápida. — Isso aqui é claramente o número 6. Se você não acredita, pergunte aos seus colegas. Ele então atirou o cartão sobre a mesa. Os colegas, ao verem aquilo, logo entenderam a situação. Mas ninguém ousou desagradar o Sr. Ademir naquele momento. Todos disseram: — Sim, isso é o número 6. — É, é mesmo. Somente Helena, mordendo os dentes, guardou silenciosamente o seu cartão. — Vai lá, me dá
Helena seguiu até a porta do banheiro.Ademir estava com dor no estômago, debruçado sobre a bancada, vomitando.Ele não havia comido quase nada naquela noite, e seu estômago estava cheio de álcool, o que o deixava extremamente desconfortável.— Sr. Ademir. — Helena estava ao mesmo tempo preocupada e cheia de pena.Com uma mão, segurava uma garrafa de água, e com a outra, um pedaço de toalha de papel.Esperava para, em breve, ajudá-lo a fazer um gargarejo e limpar sua boca.— Como você está? Já está melhor?Quando Karina chegou, a cena que encontrou foi Helena, com uma expressão cheia de cuidado, olhando para o homem.Inicialmente, ela não queria ver, mas, no fundo, sentia que deveria.Afinal, Ademir estava sofrendo por causa de Karina.Mas...Karina piscou, e parecia que ele realmente não precisava dela.Se virou abruptamente e foi embora. As mãos se fecharam em um punho, e as unhas se cravaram na palma da mão.Ademir já estava quase esvaziando o estômago, e agora se sentia bem melhor.
— Está bem. — Enzo não sabia o que isso significava, mas só podia fazer o que lhe foi pedido.Até o segundo irmão era tão obediente com Karina, quanto mais Enzo.Quando o carro parou, Karina fechou os olhos por um momento:— Solta minha mão, eu vou descer rapidinho.Ademir pensou que Karina estava indo embora. Como um polvo, se agarrou a ela, seu rosto roçando contra o pescoço dela.Falava baixinho:— Eu estou com dor, não estou me sentindo bem.Karina, sem saber o que fazer, percebeu que ele parecia cada vez mais pálido, e suava frio, o que a fez perceber que ele não estava fazendo drama.— Não é que eu vá embora, vou descer para comprar um remédio para você e já volto.— Manda o Enzo ir.— Não dá. — Karina balançou a cabeça. — Ele não sabe qual remédio comprar.Ela então o questionou com cuidado:— Como está doendo o seu estômago? A dor vem quando está com o estômago vazio ou depois de comer? Como é a dor?— Depois de comer. — Ademir respondeu sério, ele estava com o apetite bem frac
De fato, era assim. Nada surpreendente. Karina respirou fundo: — Eu entendi. — Karina, você... — Patrícia perguntou. — Você realmente vai pedir para o Catarino doar o fígado? — Eu vou falar com ele. Quanto a doar ou não, ele já tem quase quinze anos, então ele vai decidir por si mesmo. Após falar com Patrícia, Karina segurou o celular e, depois de um momento, ligou para o número de Lucas. — Karina. — Amanhã, quando você vai estar livre? Vamos juntos visitar o Catarino. Do outro lado, Lucas segurou o celular e já tinha entendido. — Claro. ... Lucas tinha compromissos durante o dia, então combinaram de se encontrar à noite, na Villa Verão. Por volta das sete horas, Karina e Lucas se encontraram na porta da Villa Verão. Pai e filha estavam frente a frente, mas a situação era estranha e constrangedora. — Eu vou entrar primeiro. — Karina disse calmamente. — Vou dizer ao Catarino que o tio está doente e precisa de ajuda. Se ele não concordar, você não vai forçá-