— Karina, por que você quer chamar a polícia? — Ademir se aproximou lentamente e se agachou diante dela. — Para com isso, ainda somos marido e mulher. Eu vim à casa da minha esposa... Isso é crime?
Karina estava irritada e perguntou:
— O que você quer, afinal?
— Eu? — Ademir endireitou o corpo, ergueu a mão e acariciou suavemente os cabelos longos dela. — Você não está descansando direito, não é? Pode tirar licença médica, ainda vai receber o salário. Sua barriga já está enorme... Eu só não quero que você se canse. Espero que você e o bebê fiquem bem.
Essas palavras fizeram Karina sentir um desconforto profundo.
Ela arregalou os olhos.
— O quê? Agora que não tem como me obrigar, resolveu falar bonito? Acha que, com isso, eu vou concordar em doar parte do meu fígado?
— É assim que você me vê?
— E não é? — Karina soltou uma risada fria. — O Sr. Ademir tem uma memória péssima, hein? Não faz muito tempo, você mesmo me deu uma lição, não foi?
Ela se referia ao dia em que E